Os Sete Pressupostos Centrais Sobre o Ser Humano
- Sophia Arani

- 6 de set.
- 2 min de leitura
Ao sistematizarem os círculos de construção de paz, as professoras Kay Pranis e Carolyn Boyes-Watson consideraram essencial revelar em que estão fundamentados esses processos: afinal, o que acreditamos ser verdade sobre o ser humano e as relações?

Quando nos sentamos para conversar em círculo, não estamos apenas compartilhando palavras, estamos trazendo para dentro do círculo os pressupostos que o fundamentam. Eles funcionam como um solo comum que sustenta a escuta, a fala e a busca por reconexão.
Quais são então esses pressupostos?
1. O verdadeiro Eu de cada um é bom, é sábio, é poderoso
Toda pessoa possui um Eu Verdadeiro, um centro de dignidade, bondade e sabedoria que permanece, mesmo quando suas escolhas ou circunstâncias revelam dor ou desconexão. Esse pressuposto nos convida a olhar para além da superfície e enxergar o potencial mais profundo de cada ser humano.
2. O mundo está profundamente interconectado
Embora existam partes distintas, tudo está conectado. Cada elemento do universo contribui para o todo e tem valor único. Quando reconhecemos essa interdependência, percebemos que nossas escolhas impactam não apenas a nós, mas também a rede da vida ao nosso redor.
3. Todos os seres humanos têm um desejo profundo de estar em bons relacionamentos
Relacionar-se bem é uma necessidade essencial. A solidão, a exclusão e o rompimento dos vínculos geram dor. Esse pressuposto nos lembra que cuidar dos relacionamentos é também cuidar de nós mesmos.
4. Todos os humanos têm dons e cada um é necessário pelo que traz
Cada pessoa carrega dentro de si talentos, saberes e experiências que são importantes para o coletivo. Não existem vidas “descartáveis”: todas as pessoas são necessárias para que a comunidade seja inteira.
5. Tudo que precisamos para fazer mudanças positivas já está aqui
Como ensina a sabedoria do povo Hopi: “somos aqueles por quem estávamos esperando”. Isso significa que não precisamos aguardar salvadores externos: a capacidade de transformação está entre nós e em nós.
6. Seres humanos são holísticos
Não somos apenas razão ou emoção: somos corpo, mente, coração e espírito. Quando uma dessas dimensões é negada ou desvalorizada, perdemos equilíbrio. Reconhecer a totalidade humana é fundamental para viver de forma integrada.
7. Nós precisamos de práticas para construir hábitos de vida a partir de nosso Eu Verdadeiro
Viver a partir do Eu Verdadeiro não acontece de forma automática. É preciso cultivar práticas e hábitos que nos ajudem a agir alinhados com nossos valores mais profundos, nutrindo relações saudáveis e escolhas conscientes.
E quais são os seus pressupostos? Em que você acredita?
Esses sete pontos não são dogmas, mas convites à reflexão. Eles nos ajudam a pensar em como enxergamos a nós mesmos, às outras pessoas e o mundo.
👉 E você?
Quais são os pressupostos que sustentam suas relações e decisões?
Esses sete fazem sentido para você?
Que outras verdades você carrega como guias para sua vida?
Ao nos reunirmos em círculo, honramos essa visão de humanidade: confiança, pertencimento, inclusão, forças e vínculos que nos recordam que somos parte de uma teia interconectada.
Referência:
BOYES-WATSON, Carolyn; PRANIS, Kay. No coração da esperança: guia de práticas circulares. Porto Alegre: TJRS/AJURIS, 2011.







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